Ahhhh… que feliz fiquei esta semana quando O Lado de Cá completou 2 meses registrando mais de 400 acessos!!! Bom saber que vocês andam me acompanhando… dá mais vontade de escrever. E os comentários também têm me animado muito…rsrsrs…adoro!
Pois então… por aqui a vida segue tranquila. O calor chegou e com ele os odores intragáveis do metrô… ufff. Definitivamente, por amor ao meu olfato, tenho que usar mais a bicicleta e aprender a andar de ônibus. A parte boa é poder sair de camiseta, bermuda, com as roupas normais de Salvador.
No Master seguimos com muito trabalho e agora tenho participado de um Workshop do Prêmio Europeu do Espaço Público, que tem sido uma boa oportunidade de entender mais a cidade além de ouvir algumas conferências bem inspiradoras. Além das aulas, o Master tem me aproximado bastante de algumas pessoas e já posso dizer que tenho um grupinho de amigas. Logo dedicarei um post a apresentá-las.
Acho que agora posso começar a falar em uma relação minha com a cidade. Tenho curtido estar nas ruas de Barcelona. Na verdade, a cidade tal qual vemos hoje foi pensada para isso. Para que as pessoas estejam nos espaços públicos. É agradável ver velhinhos e crianças por toda parte. É animador estar numa cidade na qual acontecem coisas todos os dias: feiras, festivais, shows, intervenções artísticas. E ver que a gente da cidade vai, prestigia, gosta… Agora que temos sol só fica em casa quem quer, porque há muito para se fazer nas ruas. Também quero fazer um post só falando desses acontecimentos nas ruas e com as fotos que tenho tirado nessas ocasiões.
Agora, um tema que tem me deixado pasma nessas andanças é um proceso que um professor outro dia chamou de “brasilificação” de Barcelona. Gente, Brasil aqui é moda. Todo mundo acha o Brasil legal, todo mundo quer ver o samba, a mulata e o futebol. Tá certo que isso nao é novidade para ninguém, mas me parece que desde que Carlinhos Brown trouxe o trio elétrico num certo carnaval, a coisa se agravou. Outro dia fui conhecer a academia que tem perto daqui de casa e me deparei com um plano de aulas no qual constava uma sessão chamada Brazil 30’. Quando perguntei à gentil mocinha da recepção o que significava aquilo, ela sorriu safadamente e me disse que era uma aula de 30 minutos de exercício de glúteo!!! O objetivo era ficar com o bumbum das brasileiras!!! Agora imagina se eu vou fazer uma aula dessas… desmistifico logo essa palhaçada e acabo com o marketing da academia. Muito disso certamente vem da presença massiva de brasileiros pela cidade, alguns deles bem dispostos a dar manutenção a esta imagem sempre recheada de presepada e sensualidade. Mais recentemente, o que me deixou passada com essa história foi ver, há umas duas semanas, uma prova dessa invasão brasileira completamente nonsense. Aconteceu aquí uma feira chamada Feira de Abril, parecida com a Feira do Interior que tinha no Parque de Exposições, lembram? Cada municipio levava coisas tradicionais, barracas de bebida, comida, música, etc… Pois bem, essa tal Feira daqui era típica do Sul e Centro da Espanha, da região da Andaluzia, que envolve Granada, Sevilla, enfim… a parte mais espanholona, mais tradicional. Aí haviam umas barraquinhas ótimas, muita comida tradicional, senhoras e crianças vestidas com trajes típicos, dançando as Sevillanas, enfim… uma delícia, náo só para turista, mas para gente daqui também. Eis que, caminhando pela feira me deparo com a primeira prova da brasilidade adquirida: em meio a uma barraca só com souvenirs espanhóis, estava uma bandeirona do Brasil!!… Estranho… mas seguimos. Pouco mais adiante a imagen mais irritante do passeio: uma barraca de Caipirinha e Mojitos (Mojitos????) toda decorada em verde e amarelo, com um espaço para dançar, tocando músicas calientes e uma SENHORITA (para não chamar de outra coisa…) se requebrando indecentemente, com uma calça aplicada a vácuo, diante de uma bandeira do Brasil. PUTZZ… O sangue subiu à cabeça… Estava em companhia de Cláudia, uma amiga gaúcha, e por pouco não apedrejamos a figura.
Dali em diante foi só olhar um pouquinho melhor e já enxergamos pelo menos umas 4 outras barracas parecidas, uma delas tocava até axé, imagine a bagaceira… E para coroar o desgosto, vejo a maior concentração de pessoas na festa, um monte de olhares curiosos… obviamente eu e Cláudia nos metemos para ver o que era… de repente… escuto um som… hmm… familiar…. Uhhh!!! Deixo que vcs vejam com seus próprios olhos!
Bueno… esse tema dá muito pano para manga… certamente aparecerá mais vezes… vai me custar esgotá-lo. Por hora vou ficando por aquí, porque post longo é um porre. Como tenho outras coisas para contar, vou tentar aumentar minha frequência de postagens.
E vocês, continuem aparecendo! Opinem! Comentem! Divulguem! Eu gosto! Rsrsrs.
sente a energia, a pulsação, da galera levantando os braços! BORA BAÊA MINHA PORRA!!!!
ResponderExcluirVou criar polêmica. Ana Carla, O Brasil tb é isso, e é mais que isso tb, mas apesar de muitos não acharem, nós (a maioria) somos assim, e por incrível que pareça, muita gente por aqui admira que sejamos assim. O problema é que temos um complexo de inferioridade tão grande que tudo que fazemos, achamos que é ruim ou vergonhoso. Se a brasileira é confundida com bunda e sensualidade, as suecas são sempre ligadas a peitos e sexo, e nós brasileiros achamos isso normal. Se axé/pagode/arrocha, é um estilo nonsense... assim tb é o hip-hop/rap americano (se quiser te mostro uns clips depois), o tomps das discos, el narcocorrido mexicano e etc, . E qto ao Brasil invadir Espanha, já fomos invadidos por cultura americana, pelos proprios espanhois, mexicanos, etc. Ou será que nao comemos hot-dog, hamburguer, tomamos tequila, sangrias, etc.? Fora isso tb tem uma parte que de verdade é vergonhoso para os brasileiros, e que vc não citou... é que as brasileiras aqui sejam ligadas a prostituição... mas isso não é culpa deles, nem nossa... mas infelizmente a realidade é que muitas prostitutas brasileiras vem para cá em busca de dinheiro, assim como pedreiros, mecânicos, garçons, etc. mas infelizmente as prostitutas chamam mais atenção.
ResponderExcluirDesculpa Ana Carla, mas pra mim mais vergonhoso é alguém falando mal da sua própria pátria, rebaxándo-nos á escória que essa merda de Europa faz com a gente. Engraçado é que pelo menos, em algumas poucoas situações como a Feira de Abril, as pessoas locais e forasteiras nos homenageam e você como outros acham isso "vergonhoso"...
ResponderExcluirSe você tem vergonha de ser brasileira, fica por aqui e troca de nacionalidade.
Infelizmente isso não vai resolver o seu problema porque jamais vc vai perder o sotaque brasileiro e sempre vai ser tratada como tal.
Já sei que peguei pesado, mas é melhor pensar antes de escrever certas coisas.
Nashata...rsrs
ResponderExcluirVeja bem, gata... Por pertencer a tal pátria me sinto com o total direto de falar mal do Brasil, mas aqui não foi bem o caso. Posso ter me expressado mal, aqui fica meu pedido de desculpas, mas quis me referir à velha IMAGEM de um Brasil brasileiro da mulata, samba e futebol, que é o que vem a cabeça de todos, em todo o mundo, quando se fala do nosso país. Quis dizer que, estando aqui, vendo e sentindo isso de perto me sinto mal, sinto vergonha desta imagem tão sensualizada, da banalidade do culto ao corpo, da invasão brasileira nos espaços tradicionais como elemento subversivo. O que vc enxerga como homenagem, vejo como manutenção da imagem do país da alegria e da bundinha empinada. Isso é de todo mal?? Não..de jeito nenhum. E como bem sinalizou Guna somos isso tb. E tb sei que somos lembrado por muitas outras coisas importantes. Desde que cheguei já soube de shows, de Vanessa da Mata, Lenine, vai ter agora de João Gilberto, Exposição do MACBA sobre artistas brasileiros, sobre o Tropicalismo, palestra com Jaime Lerner... enfim. Não pretendo rebaixar o nosso país, não tenho vergonha de ser brasileira, tampouco tenho vontade de trocar de nacionalidade...hahaha...já pensou alguém com o meu biotipo querer passar por européia???
Mas esse espaço eu reservo pra falar das coisas que sinto estando por aqui... e, desculpa mais uma vez, mas lamento mesmo em ter que responder pros meus colegas de outros países que não uso tanguinha na praia, que não faço o tipo sexy e que não sou muito chegada a sambar...
Bom... ia continuar, mas acho que vou deixar pra postar uma parte 2, pq, como disse no final esse é um tema que dá muito pano pra manga.
Que bueno! É o casal polêmico colocando fogo do Lado de Cá. Socorro, meu pai!! hahaha
Pra começar, vc errou mais uma vez!!
ResponderExcluirSe vai me chamar assim, faça como meu irmão: Nachata :P
Bom, como falei "pessoalmente" peço desculpas pelo meu desabafo... depois de 4 anos aqui a visão de mta coisa muda, por isso Guna e eu somos tão polÊmicos com este tema.
Bjos, Ná.
Nao quero criar mais polemica, entretanto vou deixar aqui o meu comentario.
ResponderExcluirExistem dois grandes problemas no Brasil :(i) a grande desigualdade social que gera a fome, violencia, que fomenta a corrupcao, etc... (ii) e um povo completatmente "nao-politico" que nao participa ativamente dos acontecimento no pais. Nao sei como resolver essas coisas, nao sei se ha solucao e sou responsavel em parte por essa situacao. Entretanto, culturalmente e em termos de relacoes pessoais somos o melhor pais que poderia existir.
Sendo assim, devemos exportar isso e vender pelo mundo.
Entretanto, concordo com Ana Carla que temos que corrigir e educar os amigos estrangeiros sobre uma falsa imagem do Brasil. Do Brasil do samba, do Brasil com mulheres vulgarmente sexy, do Brasil futebol... Nem todos sabam, nem todas as mulheres ao putas ou vulagres, nem todo mundo gosta ou joga futebol...
Mas Ana, nao precisa usar tanguinha, mas sungao ta por fora... ;)
Poxa Carlita, onde está a senorita embalada a vácuo se requebrando? :p
ResponderExcluircarlinha fiquei surpreso quando você disse que não usa tanga na praia, poxa vida, achava tão sua cara kkkkkkkkkk, alias, vc sabe onde fica a praia em salvador??? que não seja o porto??
ResponderExcluirConcordo com você sobre essa imagem que fazem do brasil, também fico envergonhado, acho uma sacanagem a midia divulgar mais isso do que toda a cultura que temos aqui, sempre rio, samba e futebol, a cultura do nordete, do norte, do sul...tudo vai pro saco. Outro dia vi um comentário de um especialista de cerveja, veja só como foi longe, ele dizia entre outras coisas, que a cerveja brasileira era uma merda, mas por conta do clima, das mulhees bonitas e das praias, valia a pena beber. Nem na hora da nossa santa cervejinha a gente escapa. essa é a imagem que a maioria do mundo tem de nós, mas tem nada não, o lado de cá da revolução, vai mudando um por um, essa percepção. ahh...lembrei de outro, um amigo espanhol em conversas idas, me disse assim: desde que meu pai era novo ele dizia que o brasil era o pais do futuro, ele faleceu idoso, o futuro chegou e o brasil continua sendo o pais do futuro
beijão
Me divirto...lembrei de várias coisas lendo toda essa confusão...de uma conhecida chamada Nachata, quero dizer, Natasha...me lembrei da época de intercâmbio, em que os habitantes de uma cidade com população de 4.000 pessoas me perguntavam se aqui no Brasil tinha rádio, tv, carro, etc, e que eu, quando estava sem paciência, respondia que morava em uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes, deixando todos de boca aberta...
ResponderExcluirMas nada disso vem ao caso...o importante mesmo é que o Banco Real dá dez dias sem juros no cheque especial...
Ops...
Botando mais carvão nessa combustão...
Não seria essa a característica de uma globalização distante, onde todos se vêem superficialmente, através dos olhos da mídia...quanta gente acha que a Espanha é só tourada e paella, que a Itália é só pizza, espaguete e máfia, que o EUA é só consumo, mcdonalds, coca-cola e holliwood, que na Índia (devido à novela, para os que moram no Brasil) o povo dança o dia inteiro...
Pior ainda é a situação dos países do continente africano, que ainda hoje são tratados por muitos como se fossem uma coisa só (não suporto ouvir Galvão e cia comentando durante as copas sobre o futebol africano como uma coisa só)...
É, só estando de perto é que conseguimos ver além do que é propagado pelo mundo, coisas como as barracas de Barcelona (http://ladodca.blogspot.com/2009/04/era-uma-vez-uma-barcelona-informal.html), e a riqueza cultural do Brasil, entre muitas outras riquezas.
Cabe a nós, orgulhosos de nosso país, ajudá-lo a melhorar, e mostrar ao mundo o que ele tem de bom.