quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Recomeçando

Nesta segunda feira comecei uma nova etapa da minha estadia na Espanha, ops, na Catalunya. Agora vivo numa cidadezinha chamada Tarragona, a pouco mais de 1h de Barcelona, que possui lindas (e verdadeiras) praias, um centro histórico super rico da arquitetura romana e, aparentemente, de gente muito cordial. Divido apartamento com dois chilenos, Jordi e David, dos quais ainda não posso falar muito além da impressão de serem pessoas simpáticas e aparentemente bem organizadas. A razão da minha mudança é a escolha que fiz de estudar Antropologia Urbana na Universidade Rovira i Virgili – URV.

Pois bem… as aulas começaram na segunda mesmo e já me deparei com o desafio de ter que ler muito, estudar muito e escrever muito. Já sabia que seria assim, mas o meu ímpeto de começar as coisas nunca é tao realista quanto a realidade em si. Assim, nesses 3 longos dias tenho trabalhado arduamente a minha débil capacidade de concentração e a persistência.

Da tempestade de temas e sensações que tem me ocorrido desde que voltei, há uma semana, pras terras catalanas, sem dúvidas, aquele que mais tem me consumido é a constatação da minha dificuldade em estar só. Aquí em Tarragona recomeço um processo de enamoramento por uma cidade, de reconhecimento de territórios, de construção de laços, enfim, de adaptação. E desta vez sozinha. Não tem João, nem Eduardo, nem Grazi, nem niguém para me dar a dica do melhor mercado, do sistema de transporte ou do café mais bacana.
Na fantasia de quem idealizou esse momento solitário e romântico como um momento importante de recolhimento, de busca, de autoconhecimento, o fato de estar recomeçando soou extremamente estimulante, desfiador, uau! Ela só esqueceu que a sua maneira de lidar com os desafios náo é o que se pode chamar de tranquila. O desânimo, o choro, a ansiedade, mais choro, os florais misturados com um pouco mais choro serão sua companhia até que a transformação comece.

E logo virá, sabemos bem. Muita gente para conhecer, muita cultura nova pra assimilar, muitos costumes a serem adquiridos e muito tempo pela frente pra viver o inesperado.

E assim segue a busca.

7 comentários:

  1. Nessas horas a vida não parece ser uma linha com início, meio e fim.

    Fiquei curioso pra ver fotos do centro histórico romano!

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  2. Querida.:

    Estar-só é o início da redescoberta dos outros em nós. Mudam os endereços, os destinos os vôos e os pousos. Quando acontece de nos sentirmos em casa é chegada a hora de celebrar o habitar com os outros agora ao nosso redor. lamentei não poder vê-la na hora da partida, mas acolhi em meu coração a alegria de tê-la conosco/comigo durante este breve intervalo de mudança. Espero revê-la em breve, linda e faceira com as tuas aventuras etnográficas redesenhando modos de ver, ouvir, escrever e viver a cidade.
    Um beijo imenso:
    Álamo

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  3. Minha filha,

    Sei exatamente o que vc deve está passando, a solidão é fria e dura, mas sempre tem a recompensa, foi vc quem escolheu isso!!! ainda bem que ninguem lhe impôs. Sei que tudo vai passar vc vai encontrar outros amigos outras pessoas lhe farão companhia, um dia vc colherá os louros de tudo isso, vc é forte e guerreira, e eu aqui do outo lado, estou junto do seu coração orando e pedindo a Jesus por vc. Saiba que vc não está sozinha e que apesar de tudo estamos(sua família) muitos orgulhosos de vc. Um beijo grande no seu coração, e pense sempre nessa sua mãe que lhe traz algumas chateações mas ama vc como ninguem. Que Jesus lhe abençoe e fica com DEUS!!! um Beijão. (vou parar de escrever pq já estou alagando a sala rsrsrrs)

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  4. Olá acho que vou ai ver se ta tudo bem...
    rsrsr...
    Beijos e muita energia.

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  5. Mas teve um pouquinho da Claudia lá em Tarragona... Convencida eu, né? Rsrsrsrs
    Adorei o recadinho da tua mãe dando a maior força! Mãe é isso aí!
    Fica bem nessas terras tarraconenses! ;)
    Beijooooos!

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  6. Se te serve de consolo, passo a mesma coisa agora no retorno, apesar dos amigos estarem aqui, eu já não fazia parte de suas vidas, e reinserir-me demora um pouco.

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