02 de outubro de 2009. Aniversário de 10 anos do início de um evento que diz muito a alguns poucos e bons: O IX Encontro Latinoamericano de Estudantes de Arquitetura.
Pros que não sabem, resumidamente, esse evento aconteceu no Parque de Exposições de Salvador e reuniu cerca de 3.000 estudantes de arquitetura latinoamericanos, que lá se instalaram durante 1 semana comendo, dormindo e participando de atividades de naturezas diversas (e põe “diversas” nisso).
Na intenção de concretizar essa insanidade, alguns jovens (loucos ou visionários ou sonhadores ou desocupados ou todas as alternativas anteriores) se reuniram e trabalharam arduamente durante mais de um ano. Pelo menos esse foi o pretexto.
Pois bem… o IX ELEA passou. Com seus encontros e desencontros, lágrimas e sorrisos, frustrações e, sem dúvidas, grandes aprendizados. Deixou um sabor estranho na boca de cada um da comissão organizadora e aquela certeza de que, terminado o evento, estávamos, finalmente, preparados para começar a organizá-lo de verdade.
Normalmente neste parágrafo findaria o relato da breve história de uma comissão organizadora de encontros de estudantes. Felizmente este nao é o caso. Aqui que entra a sublime intervenção da N. Sra. do ELEA. E o que era pra ser um fim constituiu-se num lindo e frutífero começo.
Aquele grupo, incrivelmente heterogêneo, guiado por essa estranha força divinal, não apenas teve a capacidade de se manter coeso, como transformou-se numa espécie de teia, da qual poucos conseguiram se desvencilhar e acabaram ficando pelo caminho.
A PANELEA, apelido dado a esta teia por algum desocupado, ganhou vida própria. Deixou de ser apenas uma receita composta por ingredientes esquisitos e, como em um experimento de alquimia, fundiu-se num grande bolo. Justiça seja feita: um bolo nada perfeito. Às vezes “no ponto”, às vezes solado, às vezes delicioso, às vezes indigesto, umas vezes bem confeitado e outras feinho, coitado. Coisas da culinária.
Em meio a ENEAS, festas surpresas, Noites dos Embriagados, TFG’s, trabalhos e outros absurdos, arranjos e rearranjos aconteceram. Laços se fortaleceram, pactos não verbais foram firmados, amores surgiram e, olha, quem diria, casamentos inusitados aconteceram.
Há quem diga que a PANELEA só casa entre si… o problema é a quantidade de homens em relação a de mulheres… e os casos homosexuais nãao assumidos. (Ops! Para variar, o nível tinha que cair, né?).
Hoje esse grupo é mais do que foi no começo. Mais em número, pois também adquiriu a capacidade de se multiplicar, e mais em consistência, em compromisso, em companheirismo, em força, em fraternidade, mais em amor.
A PANELEA evoluiu para FAMÍLIA ELEA. E fazer parte dela é uma bênção, um presente ao qual devemos agradecer a cada dia.
Por isso convoco a vocês, meus amigos, meus cumpadres, meus irmãos, a fazermos hoje uma prece para N. Sra. do ELEA e agradecer por termos uns aos outros. Por termos com quem contar a qualquer momento, pro que for, em qualquer hora do dia. (É claro que respeitando os ritmos e limitações de cada um, o que já conhecemos muito bem, né verdade? haha)
Pois que sigamos adiante, fazendo história, falando besteira, promovendo parcerias e comemorações insosas.
Tenham um lindo dia.
Há 3 dias
Carla,
ResponderExcluirQuase chorei. Hehehe... te enganei. adorei sua homenagem, e exatamente no dia que marca os 10 anos. Suerte y se estornudares, Jesus!!
Besos
Yo
Ninha, que lindo... tô com os olhos cheios d'água e sentindo uma alegria, uma vontade de ler de novo e de novo, pra entrar em contato com esse sentimento. bjo enorme pra vc e pra todos os amigos da PANELEA. Meire
ResponderExcluirFoi uma semana de muito trabalho e muitas idas e vinda pela Paralela, para comprar ou buscar comida em casa, mas vale a pena lembrar, foi muito bom!! Peço a N.Sra. do ELEA por todos os participantes da PANELEA.
ResponderExcluirBeijos para todos!!! Tia Ana
Ana,
ResponderExcluirRealmente a N. Sra. do ELEA te inspirou nesse post. Não posso pensar numa forma mais própria de descrever o que aconteceu... claro, que pelo bem da poesia, você se permitiu omitir alguns fatos comprometedores, mas é a prerrogativa do poeta. E poetando indo, poetando vamos. E eu, que estava calado, vou começar a falar... hehehehe Em breve, nos emails...
Uma coisa é fato: é impossível que quem não viveu o ELEA Salvador 1999 tenha idéia do ele que foi... do esforço que empenhamos na sua realização... do nível de insanidade que compartilhávamos quando decidimos procurar aquela sarna. Seu valor é inestimável pois, seu legado, o estreitamento de nossos vinculos de amizades e irmandade é algo que todos devemos louvar. Lá, vimos o bom e ruim de cada um... os limites (ainda lembro da cola voando por todos os lados!) e, se ainda estamos juntos é porque vimos tudo isso e resolvemos nos amar (olha aí, que isso não é uma suruba!) pelo que nós somos!
É isso aí!
Grande beijo d'além mar!
É turma... Estamos ficando velhos, mas é bom ver como envelhecemos, como grandes amigos e formamos casais, filhos, afilhados, padrinhos, colegas de trabalho, chefes uns dos outros. Tanta coisa boa aconteceu e está acontecendo desde aquele tempo, hein?! Muita saudade de todos vocês. Abraços apertados a todos.
ResponderExcluirErnesto Galindo "(des)organizador das palestras"
P.S.: Segundo dados da PM eram 300.000 estudantes e não 3.000.
Eita Honey...
ResponderExcluirbateu tão forte esse seu post que demorou alguns dias para conseguir comentar...este relato gerou uma onda de emoções, alimentado por gotas de lágrima (tenho certeza que de muitos, se não de todos) que, ao turvarem as letras na tela do computador, reavivavam, na mais clara nitidez possível, as imagens, as lembranças...(pausa...preciso tomar fôlego)...as lembranças daquela semana, e de tudo o que veio antes, e de tudo o que veio depois, e ainda virá...
É um tamanho de emoções que pode talvez ser ilustrado pelo tamanho daquele que foi um dos maiores bereguetês já visto na história, realizado no local onde a cidade começou, e no momento em que nossas histórias se uniram definitivamente e foram alteradas para sempre...aliás, o bereguetê é uma boa analogia da Família ELEA, onde todos, mesmo aqueles que nas voltas que o círculo da vida dá estão momentaneamente distantes, estão conectados, e servem de apoio uns aos outros...e se assim não fosse, o círculo se partiria...
Esses meninos tão criativos da arquitetura, como diria Eliza, insanos ou visionários (parece até que são todos aquarianos), fizeram algo que muitos não se ousariam nem a pensar (talvez nem Babá e suas loucuras imaginasse que poderia virar realidade)...lembro-me agora de nossa apresentação no Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, onde, guardando as devidas proporções, tal qual o Rio de Janeiro candidata a sede olímpica, demonstramos uma vontade e preparação para organizar o ELEA, que ninguém teve chance de competir...e cá, ou lá, estamos...
E sigamos em frente, fortalecendo cada vez mais essa união (Fernanda diz que é impressionante como a gente consegue sempre estar trabalhando mais ou menos junto), agora que estamos prontos, ou prontos para começar a ficar prontos, mas sempre juntos, até que a vida nos funda em um só! (?????)
Beijos e obrigado a todos!
Amo-vos!
esse elea foi realmente marcante...foi muito bom fazer parte desse movimento, mesmo que na equipe de apoio...nunca me esqueço da feijoada de tua mãe,já era noite e não havia mais nada o que comer e eu morrendo de fome...eu não gostava de feijoada e passei a gostar a partir desse dia...a fome é o melhor tempero mesmo. todos correndo de um lado para o outro
ResponderExcluirtenho um carinho muito grande por todos que fazem partem do panelea, são todos pessoas de grande coração, tenho até hj, umas camisas do evento. saudade de todos... e pra ernesto que falou dos 300.000...estudante é uma praga se multiplica quem virus!!!
ahhhh e para os que não sabem ainda, eu e renata estamos gravidos...será uma menina e nascerá no final de janeiro.
beijos e abraço para todos