quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

De-sa-ce-le-raaan-doooo

Quem me conhece sabe do meu ritmo de vida aí em Salvador, sabe o quanto vivo ocupada, cheia de trabalhos, projetos, ensaios, idéias e sempre me metendo em mais e mais e cada vez mais coisas. Sempre inventando uma maneira de estar ocupada para depois me queixar da falta de tempo pra cuidar de mim, pra fazer nada, pra relaxar. Quantos de vocês se identificam com esse perfil? Aposto que muitos. Fiz isso desde sempre porque me ensinaram que tempo é dinheiro, que mente vazia é playground do chifrudo (lá ele!), que “já que você não tá fazendo nada, então faz isso aqui para mim…”. E o tempo de respirar, de me permitir sentir, de fazer o que der (ou não der) na telha nunca coube nessa agenda sempre repleta de coisas muito importantes, alguns assuntos inadiáveis e um par de oportunidades imperdíveis. Meu nível de organização da vida é tamanho, que até o que deveria ser prazer eu tendo a transformar em compromisso, no sentido mais pesado da palavra.  

Mas sabe que hoje me peguei sorrindo sozinha na rua? Me bateu a alegria de constatar o quanto é bom não precisar ser “alguém”, não me exigir compromisso, competência, cumprir com a palavra a qualquer custo. Minha recente descoberta é a leveza de simplesmente ser e viver as coisas como elas me chegam, buscando o aprendizado na imperfeição, o alívio no que me sufoca. E sabe o melhor? Me dei conta de que já podia ter começado a me sentir assim há muito tempo, seguindo todas as minhas atividades cotidianas, mas colocando em cada uma delas a medida de energia que lhe corresponde. Apenas o suficiente para cumpri-las, nem um pingo a mais. Descobri que compromisso não é sinônimo de stress, competência tem muito mais a ver com flexibilidade do que com fazer a coisa certa e que agenda lotada não mede valor de ninguém, muito pelo contrário... só me impediu até hoje de voltar os olhos pro que realmente importa. 

E pra você? O que realmente importa?

4 comentários:

  1. ¡Qué bien!
    Que bonito descubrimiento.

    No estar ocupado es bueno para la evolución espiritual.

    Bonito artículo

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  2. Pô... vc teve de ir pra catalunya, do outro lado do charco para aprender a ser baiana.... rsrsrsrs. bjos e saudades!

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  3. carlinha, passo pela mesmas coisas, de ter mil compromissos, de não dar conta de tudo, geralmente deixando alguns compromissos pessoais de lado por conta de trabalho ou pra ter um tempo pra mim e minha familia. Ai eu tento aproveitar os minimos momentos, tornando tudo especial, desde uma reunião com um cliente, um encontro casual com um amigo no shopping, indo de carro pra uma reunião, tentando pegar um via perto do mar, para aproveitar a paissagem, aproveitando pra cantarolar as musicas de vinicius e toquinho(so ouço a arca de noe agora...anos 80...ensinando a luiza) aproveitando ao maximo e sentindo tudo que é permitido, até nas hora que escrevo aqui pra você, imagino você com esse sorriso no rosto que fecha os olhos...como só você tem. beijos

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  4. Po... que bonito!
    que bom que vc percebeu tudo isso.
    =D

    Pra mim o que realmente importa é viver em paz comigo mesma.

    abraço!

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