sexta-feira, 11 de junho de 2010

Golpe a golpe, verso a verso

Análisis de un Ritual
Por fim, as férias! Sim... estou de volta.
No post anterior, de quase 2 meses atrás, avisei que ia dar uma sumida por conta dos estudos. Pra variar, deixei tudo pra última hora e quando me dei conta... estava numa contagem regressiva desesperadora: faltavam 10 semanas e 10 trabalhos a entregar!!!! Resenhas, ensaios, monografia, resumos...socorro... felizmente dei conta de tudo o que me propus a fazer.
Todo este tempo estive lembrando os desesperos de entregas de Atelier, que todo estudante de Arquitetura da UFBA sabe beeeeem como é. Aliás, não só o estudante, como a família também, porque a mobilização é tanta que a casa toda participa. As viradas de noite, os litros de café e quilos de biscoitos, salgadinhos e trash-food consumidos ansiosamente nas madrugadas! Sem falar nos surtos de besteirol...Todo mundo que trabalhou em grupo noites a dentro sabe bem que tem aqueles momentos de ataque de bobagens e são normalmente os momentos mais divertidos de todo o processo. Tem também aquele momento de papo cabeça, ou de compartilhar coisas íntimas, histórias da vida. Esses aí são os momentos que mais aproximam as pessoas e que reforçam os vínculos, penso eu.
Lembro das noites e noites na casa de Mateus. Duvido que alguém que lembre daqueles momentos tenha registrado na memória alguma sensação de sofrimento. Que nada... mesmo com a corda no pescoço, o dia nascendo, a maquete toda torta e o choro nervoso de descobrir que a entrega foi adiada e só te avisam na hora...!!!! Hoje quem chorou com certeza tá rindo e lembrando disso tudo com muita saudade.
Sem querer cair no lugar comum dos “bons tempos que não voltam mais”, apenas peguei essa onda pra dizer que nesse período de isolamento acadêmico acabei acessando minhas memórias de corrida contra o tempo...
E sabe o que (mais uma vez) cheguei à conclusão? Sempre dá tempo. Seja o texto que tá capenga, as notas de rodapé que são um saco de fazer, a planta cheia de problemas, o corte sem cotas, a luz que não está bem afinada, a cena que só foi passado uma vez... tanto sufoco... tanta preocupação... e no fim sempre dá certo. Quase nunca da maneira como a gente idealizou, é bem verdade.
O possível e o ideal são categorias que nem sempre andam juntas. Um exercício bom é atualizar o ideal diariamente, respeitando as adversidades e incluindo o imprevisto. Muitos deles aparecem pra sinalizar limitações e, até agora, a maneira mais saudável que eu encontrei pra chegar ao ponto final sem muito sofrimento, é aceitar as pedras no meio do caminho. Elas obrigam à mudança de rota e, muitas vezes, nos desvios a paisagem é muito mais interessante.
Nossa... comecei escrevendo pra falar das férias e vê só onde fui parar!! Hahahah
Pois... é bem disso que se trata: fazer o caminho enquanto se anda. É o que diz a letra de uma música super bonita de um cantor catalão chamado Joan Manuel Serrat, tirada de um poema do espanhol Antonio Machado:
“Caminante, son tus huellas el camino y nada más;
caminante, no hay camino, se hace camino al andar.
Al andar se hace camino y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino sino estelas en la mar...”

Tava com saudade de escrever aqui...
E que venham as férias.

2 comentários:

  1. O projeto nunca acaba. O que acaba é o tempo.

    =]

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  2. me identifiquei, esse final de semestre foi igual pra mim! mas, enfim fééééérias!!!

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